Eficiente na defesa e mortal no contra-ataque: Ciências Unisantos bate Ed. Física Unaerp e é campeã do Futsal Masculino

Texto: Bruno Secco / Edição de imagens e web: Cláudia Busto

Uma das velhas máximas do futebol, seja de campo ou de salão, é de que a ‘melhor defesa é o ataque’. Pois o time da Ciências Sociais Unisantos, formado por estudantes de Administração, Relações Internacionais, Comércio Exterior e Contábeis da Católica, provou que não é bem assim que as coisas funcionam, ao bater, nesta terça-feira (25), a Educação Física Unaerp por 3 a 1, na grande decisão do Futsal masculino da XXXII edição dos Jogos da Unisanta.

Desde sua primeira partida na modalidade, contra a Biologia Unisanta, o time comandado por Flávio de Castro deixou claro que não tinha a mínima ambição de jogar na quadra adversária e ter a posse da bola, mas sim focar em se defender e aproveitar as brechas cedidas pelos adversários.

Com essa mentalidade, deixou gigantes e surpresas da modalidade, antes cravadas por muitos como candidatas ao título: Engenharia Unisanta, então última campeã da masculino, caiu para Ciências nos pênaltis, enquanto a FaAC Unisanta, cuja postura era de jogar ofensivamente e sufocar o adversário com a famosa ‘marcação pressão’, terminou goleada por 4 a 0 e deu adeus àquela que era sua melhor campanha em toda a história da modalidade.

Na grande decisão do Futsal masculino, última e mais esperada partida desta edição dos Jogos da Unisanta, claro, a postura não poderia ter sido outra. No começo do jogo a atitude adotada pelas Ciências foi até ofensiva, levando em conta o recuo excessivo da Educação Física Unaerp. Mas logo as aplicações táticas foram se consolidando: o time da Unisantos esperando por uma bola e o adversário martelando em busca do primeiro gol.

Mesmo atacando mais vezes, o primeiro tento acabou sendo anotado pela equipe da Ciências, e através de uma jogada mais do que familiar: assim como contra a FaAC Unisanta e Educação Física PG, saiu na frente a partir de um contragolpe. Após receber belo lançamento de Matheus, Lucas Santos emendou cruzamento rasteiro de primeira para seu xará, Lucas da Silva, que encheu o pé e guardou no canto direito de Richard Petterson, o ‘Fera’.

Após a abertura do placar, o time da Educação Física Unaerp começou a crescer, e a partida passou a ficar nervosa. Percebendo que o adversário começava a gostar do jogo, Flávio de Castro logo pediu tempo para esfriar os ânimos de seus atletas. Dadas as devidas instruções, o time da Ciências voltou melhor da pausa, mas a primeira etapa terminou com a vantagem mínima no placar.

Nos cinco primeiros minutos da etapa derradeira, Matheus começou a mostrar o porquê de ser tão aclamado por sua torcida e também pela torcida da FaAC, equipe que defendeu as cores por dois anos. Com o jogo mais aberto e a Ciências um pouco mais ambiciosa, buscando o segundo gol, a Educação Física cresceu na partida e começou a ter boas chances, tendo pelo menos duas claras – paradas pelo goleiro da Ciências, em dois milagres operados.

Era promessa de dez quentes e derradeiros minutos de Jogos da Unisanta, até o goleiro da Educação Física dar um susto em todos os presentes no Ginásio Poliesportivo. ‘Fera’, o goleiro da Unaerp, levou a pior em uma dividida e ficou caído em quadra por seis minutos. Reanimado pelos socorristas de plantão, e sob aplausos das torcidas presentes no Ginásio, o goleiro conseguiu retornar à quadra para os minutos finais do Jogo.

Confronto recomeçado, Educação Física Unaerp novamente no ataque e Ciências esperando apenas um erro para dar o bote. Assim saiu o primeiro gol, assim saíram vários outros deles ao longo da competição, e assim saiu o segundo, marcado por Pedro de Freitas, faltando seis minutos para o final do Jogo. Flávio de Castro pedia desesperadamente ‘calma’ para seus atletas, mas seus comandados sentiam que aquele tento dificilmente não seria o do título.

A Educação Física Unaerp não tinha mais opções a não ser se abrir e partir para o tudo ou nada. E foi exatamente o que fez, colocando um goleiro linha – José Neto – no lugar de Fera. Parecia ser a melhor alternativa para buscar o primeiro tento e recolocar o time no jogo, mas acabou sendo o que definiu a conquista inédita da Ciências. Após saída errada do goleiro linha da Unaerp, o time da Unisantos roubou a bola, carregou com Pedro de Freitas e tocou para Lucas da Silva, que só teve o trabalho de empurrar para o fundo das redes, faltando apenas um minuto para o final do jogo. Com apenas 15 segundos para o apito final, o goleiro linha da Unaerp ainda teve tempo de se redimir e descontar para seu time, mas nada que atrapalhasse a festa da torcida da Unisantos e ofuscasse a intensa comemoração no banco de reservas.

“Nós tínhamos pouco tempo de treino. Nossa prioridade foi a marcação, fui muito exigente com eles e eles foram muito aplicados. Nós jogamos contra times que considerávamos até superiores tecnicamente, mas a marcação no Futsal é 80% do jogo. Contei com um goleiro bom e com um espírito de luta da garotada muito legal, uma molecada muito aplicada. Foi bem legal. Com algumas jogadinhas somadas a esses ingredientes, conseguimos êxitos nas partidas”, disse Flávio de Castro após o apito final.

Flávio de Castro e Matheus Mendes, dois dos principais personagens da modalidade nesta edição dos Jogos

Flávio e Matheus, dois dos principais personagens da modalidade nesta edição dos Jogos

Flávio também ressaltou a importância do goleiro Matheus, uma das principais referências do time da Unisantos e peça vital para a conquista do título inédito. “Hoje nós tomamos o segundo gol em todo o campeonato. Foram cinco partidas e apenas dois gols sofridos. Goleiro bom, defesa eficiente”.

Matheus, por sua vez, fez questão de ressaltar a forte aplicação defensiva de seu time, o que contribuiu para a equipe ter tomado apenas dois gols em 150 minutos jogados. “A gente veio desde o começo focado, sabíamos o que tínhamos que fazer. Desde que aceitei integrar esta equipe, jogar com a molecada, sabia que se a gente não tomasse gol, não tinha como ganhar da gente. Não foi mérito meu, como o Flávio disse, mas é mérito de todo mundo, dessa molecada que se esforçou e se aplicou muito na defesa. Eu só contribuí com eles”.

Raça, um pouco de sorte, contragolpe mortal e, mais do que tudo, defesa extremamente sólida, aplicada e eficiente taticamente. Parece fácil, mas se não houver disciplina e determinação, são ingredientes que podem ruir um projeto. No caso da Ciências Sociais Unisantos ocorreu exatamente o contrário: foram as principais armas que a tornaram, merecidamente, campeã do Futsal Masculino da XXXII edição dos Jogos da Unisanta.

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